Os agentes externos e o relevo
A água
Os rios resultam das concentrações de águas correntes
em áreas de rochas impermeáveis, pois elas retêm água. Os primeiros sulcos
formados pelos deslizamentos das águas vão sendo aprofundados e alargados pelos
rios. Assim, podemos afirmar que cada rio constrói o seu próprio vale.
As torrentes, ao contrário dos rios, são cursos de água esporádicos.
Resultam de enxurradas, isto é, formam-se quando caem chuvas muito fortes.
Os rios nascem nas porções mais elevadas de um
terreno e correm para as áreas mais baixas. O primeiro trecho logo após a
nascente recebe o nome de curso superior. Aí o trabalho de erosão é intenso. O
trecho seguinte, entre a nascente e a foz ou desembocadura do rio, é chamado de
curso médio. Aí a erosão diminui e predomina o transporte de detritos. Depois,
próximo à foz, vem o curso inferior, onde se acumulam os detritos transportados
pelas águas. Aí o nível da água do rio já está muito próximo do nível do mar ou
do outro rio onde ele desemboca.
Em seu curso inferior, os rios constroem planícies
fluviais, também conhecidas como planícies aluviais, porque resultam da
acumulação de aluviões.
Você sabe o que são aluviões?
São detritos ou sedimentos das rochas que foram
erodidas pela força das águas do rio. Mas as águas carregam também sedimentos
orgânicos, o que explica a elevada fertilidade natural do solo das áreas de
planícies aluviais. Ao longo da História, essas planícies foram sempre as mais
procuradas,como acontece como vale e a foz do rio Nilo, o vale dos rios Tigre e
Eufrates e os vales dos principais rios da China. Nas áreas de planícies, à
medida que a força erosiva das águas de um rio diminui, ele pode apresentar
curvas no curso inferior do traçado do seu vale. Estas curvas são conhecidas
como meandros. Os meandros se formam por causa da acumulação de sedimentos em
uma das margens do rio e da erosão provocada pelas águas na outra margem.
No Brasil, destacam-se os meandros do Rio Paraíba
do Sul. Em áreas elevadas, sem vegetação, os cursos de água corrente
esporádicos podem causar voçorocas, ou seja, o desmoronamento de margens de rios
ou de barrancos. A falta de cobertura vegetal permite que a água se infiltre e
se concentre no solo desprotegido. Assim, os sulcos iniciais acabam dando lugar
aos deslizamentos de terra, também chamados escorregamentos ou
esbarrancamentos. No Brasil, este fenômeno é muito freqüente nas encostas dos
morros durante a estação chuvosa, principalmente às margens de rodovias.
A erosão marinha
A falésia de Ovifad, no sudoeste da Groenlândia,
chega a atingir 700 m de altitude. Também merece destaque a falésia do cabo da
Boa sperança, na África do Sul. No
Brasil, estas formas de relevo são encontradas principalmente no litoral do
Nordeste. Mas Torres, no Rio Grande do Sul, é um belo exemplo de falésia no
litoral brasileiro. O trabalho de construção das águas oceânicas dá origem às
restingas, aos tômbolos e às praias.
As praias resultam da acumulação de areia,
transportada por águas oceânicas ou águas correntes. Quando se localizam em
litoral de falésia, estes depósitos de areia podem ser atingidos por violentos
impactos das ondas oceânicas, que quase se duplicam de altura quando o mar está
muito agitado. Estes movimentos, mais conhecidos como ressaca, ocorrem com
muita frequência no litoral do Rio de Janeiro. Às vezes, as ressacas causam
sérios danos à população que reside à beira das praias atingidas.
As restingas se formam quando as ondas oceânicas depositam
areia paralelamente a litorais que apresentam dupla reentrância, como baías e
enseadas.
Ao longo do tempo geológico, as faixas de areia,
também conhecidas como flechas litorâneas, podem fechar as baías e as enseadas.
Dessa maneira, as restingas originam lagoas costeiras, bastante comuns no
litoral brasileiro, como é o caso das lagoas de Saquarema, Maricá, Rodrigo de
Freitas, Jacarepaguá – no Rio de Janeiro – e das lagoas Mirim e dos Patos – no
Rio Grande do Sul. Quando as restingas ligam uma ilha ao continente, formam um
tômbolo. Um exemplo de tômbolo é a ilha Porchat, em São Paulo.
O Gelo
• geleiras
continentais (ou inlândsis).
• e as
geleiras de montanha.
As geleiras continentais
A Groenlândia, uma ilha gigantesca, tem 99% de sua
superfície constituída por geleiras, que atingem até 2 km de espessura. Na
Antártida, as geleiras cobrem cerca de 12 000 000 km2 e têm entre 3 e 4 km de
espessura.
Às vezes pedaços de geleiras continentais se
desprendem e caem no mar. Esses pedaços de geleira recebem o nome de iceberg. Os
icebergs são verdadeiras montanhas de água doce em estado sólido; daí a
expressão montanha de gelo. Mas, ao deslizarem sobre a água, apenas uma reduzida
parte de seu volume fica visível. Isso aumenta os perigos que o deslocamento de
um iceberg pode causar à navegação.
Há alguns anos, os cientistas estudam a
possibilidade de deslocar icebergs até as regiões desérticas, com a finalidade
de fornecer água doce para o consumo e para a irrigação. Ao longo do tempo
geológico, as geleiras continentais depositaram argilas glaciais nas pradarias
(planícies) do Canadá e dos Estados Unidos (na América do Norte) e nas
planícies da Europa. É por isso que, nessas regiões, se formaram solos de
elevada fertilidade natural. As geleiras também construíram muitos lagos, que
ficaram conhecidos como lagos glaciais.
Podemos citar como exemplos de lagos glaciais os Grandes Lagos, entre os
Estados Unidos e o Canadá.
O trabalho de erosão das geleiras continentais fez
aparecer os vales em forma de U. Nesses vales, muitas vezes formaram-se
fiordes.
Fiordes são corredores escavados pelas geleiras em litorais com relevo de altitudes elevadas, mas que não chegam a apresentar paredões rochosos abruptos. Estreitos e profundos, os fiordes estão, hoje, cobertos por água oceânica. Ocorrem no litoral da Noruega, da Groenlândia, na península do Labrador (Canadá), na Islândia e no sul do Chile.
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