Professor Paulo Henrique

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Novo Acordo, TO, Brazil
Graduado em GEOGRAFIA pela Faculdade de Minas - BH (2007). Possui especialização , Pós-Graduação "Latu Sensu" Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Faculdade Suldamérica-GO. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia. Atualmente é professor efetivo da Educação Básica - Secretaria da Educação e Cultura - TO. Tem experiência na área do ensino de Geografia e História nos níveis de Ensino Fundamental e Médio.

1º - Ens. Médio - "Agentes externos do Relevo"

 Os agentes externos e o relevo

         Você já sabe que as formas de relevo sofrem intenso desgaste à medida que a água, o gelo, o vento e os seres vivos atuam sobre o terreno. Estes causam erosão nas partes mais elevadas e transportam os detritos, acumulando-os nas porções mais baixas da crosta terrestre. Por causa desse trabalho de erosão (desgaste), transporte e sedimentação (deposição), a água, o gelo, o vento e os seres vivos são chamados de agentes  externos modificadores do relevo.

  

A água

     A água é o agente externo mais importante. A maior parte da água resultante das precipitações (chuva) e do derretimento do gelo desliza pela superfície terrestre, originando rios e torrentes. É por isso que, quando nos referimos a um rio ou torrente, usamos a expressão águas correntes. 

Os rios resultam das concentrações de águas correntes em áreas de rochas impermeáveis, pois elas retêm água. Os primeiros sulcos formados pelos deslizamentos das águas vão sendo aprofundados e alargados pelos rios. Assim, podemos afirmar que cada rio constrói o seu próprio vale.

            As torrentes, ao contrário dos rios, são cursos de água esporádicos. Resultam de enxurradas, isto é, formam-se quando caem chuvas muito fortes.

Os rios nascem nas porções mais elevadas de um terreno e correm para as áreas mais baixas. O primeiro trecho logo após a nascente recebe o nome de curso superior. Aí o trabalho de erosão é intenso. O trecho seguinte, entre a nascente e a foz ou desembocadura do rio, é chamado de curso médio. Aí a erosão diminui e predomina o transporte de detritos. Depois, próximo à foz, vem o curso inferior, onde se acumulam os detritos transportados pelas águas. Aí o nível da água do rio já está muito próximo do nível do mar ou do outro rio onde ele desemboca.

Em seu curso inferior, os rios constroem planícies fluviais, também conhecidas como planícies aluviais, porque resultam da acumulação de aluviões.

Você sabe o que são aluviões?

São detritos ou sedimentos das rochas que foram erodidas pela força das águas do rio. Mas as águas carregam também sedimentos orgânicos, o que explica a elevada fertilidade natural do solo das áreas de planícies aluviais. Ao longo da História, essas planícies foram sempre as mais procuradas,como acontece como vale e a foz do rio Nilo, o vale dos rios Tigre e Eufrates e os vales dos principais rios da China. Nas áreas de planícies, à medida que a força erosiva das águas de um rio diminui, ele pode apresentar curvas no curso inferior do traçado do seu vale. Estas curvas são conhecidas como meandros. Os meandros se formam por causa da acumulação de sedimentos em uma das margens do rio e da erosão provocada pelas águas na outra margem.

No Brasil, destacam-se os meandros do Rio Paraíba do Sul. Em áreas elevadas, sem vegetação, os cursos de água corrente esporádicos podem causar voçorocas, ou seja, o desmoronamento de margens de rios ou de barrancos. A falta de cobertura vegetal permite que a água se infiltre e se concentre no solo desprotegido. Assim, os sulcos iniciais acabam dando lugar aos deslizamentos de terra, também chamados escorregamentos ou esbarrancamentos. No Brasil, este fenômeno é muito freqüente nas encostas dos morros durante a estação chuvosa, principalmente às margens de rodovias.

 

A erosão marinha

         As águas oceânicas agem no ponto de contato entre o relevo dos continentes e a superfície oceânica, isto é, no encontro entre a terra e as águas. A erosão marinha, também conhecida como abrasão, origina as falésias. Falésias são formas de relevo litorâneo abruptas, isto é, íngremes. São elevados paredões que surgiram à medida que as águas oceânicas começaram a escavar sua base. Como resultado da decomposição pela água, as rochas da base se desagregam ao longo do tempo geológico, provocando o recuo das falésias, que passam a ser menos erodidas. 

A falésia de Ovifad, no sudoeste da Groenlândia, chega a atingir 700 m de altitude. Também merece destaque a falésia do cabo da Boa  sperança, na África do Sul. No Brasil, estas formas de relevo são encontradas principalmente no litoral do Nordeste. Mas Torres, no Rio Grande do Sul, é um belo exemplo de falésia no litoral brasileiro. O trabalho de construção das águas oceânicas dá origem às restingas, aos tômbolos e às praias.

As praias resultam da acumulação de areia, transportada por águas oceânicas ou águas correntes. Quando se localizam em litoral de falésia, estes depósitos de areia podem ser atingidos por violentos impactos das ondas oceânicas, que quase se duplicam de altura quando o mar está muito agitado. Estes movimentos, mais conhecidos como ressaca, ocorrem com muita frequência no litoral do Rio de Janeiro. Às vezes, as ressacas causam sérios danos à população que reside à beira das praias atingidas.

As restingas se formam quando as ondas oceânicas depositam areia paralelamente a litorais que apresentam dupla reentrância, como baías e enseadas.

Ao longo do tempo geológico, as faixas de areia, também conhecidas como flechas litorâneas, podem fechar as baías e as enseadas. Dessa maneira, as restingas originam lagoas costeiras, bastante comuns no litoral brasileiro, como é o caso das lagoas de Saquarema, Maricá, Rodrigo de Freitas, Jacarepaguá – no Rio de Janeiro – e das lagoas Mirim e dos Patos – no Rio Grande do Sul. Quando as restingas ligam uma ilha ao continente, formam um tômbolo. Um exemplo de tômbolo é a ilha Porchat, em São Paulo.

 

O Gelo

 As geleiras são formações sólidas de água doce. Ocorrem nas áreas em que há precipitação sob forma de neve e onde o acúmulo de neve é sempre superior ao de gelo, isto é, ao descongelamento. Atualmente, as geleiras se limitam às regiões dos polos e às montanhas mais elevadas do planeta. Distinguem-se dois grandes tipos de geleira:

• geleiras continentais (ou inlândsis).

• e as geleiras de montanha.  

 

As geleiras continentais

             Localizam-se na Groenlândia e na Antártida.

A Groenlândia, uma ilha gigantesca, tem 99% de sua superfície constituída por geleiras, que atingem até 2 km de espessura. Na Antártida, as geleiras cobrem cerca de 12 000 000 km2 e têm entre 3 e 4 km de espessura.

Às vezes pedaços de geleiras continentais se desprendem e caem no mar. Esses pedaços de geleira recebem o nome de iceberg. Os icebergs são verdadeiras montanhas de água doce em estado sólido; daí a expressão montanha de gelo. Mas, ao deslizarem sobre a água, apenas uma reduzida parte de seu volume fica visível. Isso aumenta os perigos que o deslocamento de um iceberg pode causar à navegação.

Há alguns anos, os cientistas estudam a possibilidade de deslocar icebergs até as regiões desérticas, com a finalidade de fornecer água doce para o consumo e para a irrigação. Ao longo do tempo geológico, as geleiras continentais depositaram argilas glaciais nas pradarias (planícies) do Canadá e dos Estados Unidos (na América do Norte) e nas planícies da Europa. É por isso que, nessas regiões, se formaram solos de elevada fertilidade natural. As geleiras também construíram muitos lagos, que ficaram conhecidos como  lagos glaciais. Podemos citar como exemplos de lagos glaciais os Grandes Lagos, entre os Estados Unidos e o Canadá.

O trabalho de erosão das geleiras continentais fez aparecer os vales em forma de U. Nesses vales, muitas vezes formaram-se fiordes.

Fiordes são corredores escavados pelas geleiras em litorais com relevo de altitudes elevadas, mas que não chegam a apresentar paredões rochosos abruptos. Estreitos e profundos, os fiordes estão, hoje, cobertos por água oceânica. Ocorrem no litoral da Noruega, da Groenlândia, na península do Labrador (Canadá), na Islândia e no sul do Chile.



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